27 de dezembro de 2024 - 1:37 PM

Torcedor denuncia racismo em loja do Bahia; clube nega e diz que torcedor ofendeu funcionários

 Torcedor denuncia racismo em loja do Bahia; clube nega e diz que torcedor ofendeu funcionários

Um torcedor do Bahia denunciou ao BNews um suposto caso de racismo que teria sofrido na tarde da última quinta-feira (2), na loja oficial do  Esporte Clube Bahia, na Fonte Nova, em Salvador. De acordo com o denunciante, ele foi agredido pelo segurança do estabelecimento e expulso do local sem motivos cabíveis.

VERSÃO DO DENUNCIANTE

Fernando Paim Andrade contou que foi  retirar a camisa a qual tinha direito por ser Sócio Esquadrão, e que o agendamento para fazer essa retirada deve ser marcado online, porém a plataforma não estava funcionando. Ao chegar no local, viu um senhor recebendo duas camisas provenientes da campanha para o sócio torcedor do clube, porém, em sua vez, Fernando afirma que explicou sua situação (de não conseguir fazer a retirada online), mas que foi tratado com indiferença pelo atendente que respondeu negativamente ao pedido dele.

“O meu atendimento é diferenciado, eu não vou tirar pois o senhor não está agendado”, disse o atendente, de acordo com Fernando.

O torcedor então começou a desconfiar da razão pela qual estava sendo mau atendido, já que, segundo ele, um casal de pessoas brancas havia sido atendido anteriormente a ele com educação. De acordo com Fernando, o tratamento foi diferente por ele ser uma pessoa preta, o que se configura um crime de racismo.

“Eu achei preconceito pelo fato deu ter visto o atendimento dele com o casal anterior, que passou bastante tempo lá conversando e rindo, e na minha vez me trataram desta forma. Para mim foi preconceito, não sei se por eu ser preto pode ter influenciado nesta situação”, afirmou Fernando.

Após não conseguir a camisa com o vendedor, Fernando pediu para falar com o responsável do CAS (Centro de Atendimento ao Sócio), e então foi direcionado para falar com uma mulher que imediatamente pediu para que ele abaixasse seu tom de voz ou então não seria atendido. Fernando contou que argumentou que seu tom de voz é realmente elevado.

Após a negativa, a funcionária da loja teria chamado o segurança do local para fazer a remoção do torcedor. O segurança então pediu ao torcedor para que ele se retirasse, e ao receber a negativa aplicou uma “gravata” em Fernando, que após tentar tirar a mão do segurança foi jogado contra uma parede de vidro.

Para finalizar, Fernando relatou que testemunhas locais interviram e o colocaram como dono da razão, e então ele foi até uma delegacia para prestar queixa.

VERSÃO DO CLUBE

Ao BNews, o Esporte Clube Bahia, afirmou que versão contada pelo torcedor é caluniosa. De acordo com o Bahia, o torcedor chegou à loja e, ao ter seu pedido negado, começou a gritar, ofender e até mesmo ameaçar os funcionários. A versão do clube foi confirmada por uma testemunha, um sócio torcedor que também estava presente no momento da confusão.

De acordo com a testemunha, o rapaz naõ teria gostado de ter seu pedido negado e começou uma onda de revolta muito grande, chegando inclusive a chutar o balcão da loja.

“Quando ele veio falar com a funcionária, ele já veio num tom de voz excessivo, alto e furioso. Gritando dentro do CAS e cobrando algo. A coordenadora, com toda educação do mundo, pediu para que ele mantivesse a calma. Ele colocou o dedo na cara dela, e então ela acionou o segurança, que interveio já que era uma situação entre um homem e uma mulher…chegou um momento em que ele [o torcedor] foi de frente ao segurança, e então o segurança teve uma ação enérgica, mas uma ação de proteger o patrimônio. Ele [Fernando] chegou a chutar o balcão”, afirmou a testemunha.

A testemunha, que preferiu não ter seu nome citado, também afirmou que todos os funcionários do clube trataram Fernando com respeito e educação, diferentemente do que foi contado por ele.

Em relação ao suposto crime de racismo, a testemunha afirmou que não aconteceu justamente por que em nenhum momento Fernando foi tratado com indiferença pelos funcionários da loja. Para completar, a testemunha afirmou que o torcedor não foi agredido pelo segurança do local, houve sim uma troca de empurrões entre os dois, mas nada que chegasse ao ponto de agressão.

O Bahia ainda afirmou que foi à delegacia prestar queixa da agressão verbal do torcedor contra os seus funcionários antes mesmo de Fernando chegar ao local.