Padre Marcelo fala de milagre, anabolizante e suicídio na família
“Levei cinco minutos para responder à brigadista que me foi socorrer e pedi, por favor, para ela não me tocar quando tentou me movimentar. Dois minutos depois, outro brigadista chegou perto e pediu em voz alta para buscarem uma maca para me removerem. Nesse momento, o Senhor falou comigo, e tive a sensação de que se saísse dali o inimigo ganharia. Foi quando abri os olhos e me levantei”. Logo no primeiro capítulo de seu novo livro, “Batismo de fogo”, Padre Marcelo Rossi relata com detalhes o episódio, ocorrido em julho de 2019, quando foi empurrado por uma mulher de uma altura de dois metros enquanto celebrava uma missa em Cachoeira Paulista, São Paulo, para 100 mil pessoas.
O religioso saiu ileso do empurrão, sem nenhuma fratura ou sequela. Segundo ele, o milagre de ter sobrevivido à queda fez aumentar o número de fiéis e trazer de volta até quem já tinha perdido a fé. “Passei pelo batismo de fogo e meu ministério triplicou de tamanho”, escreve ele em outro trecho do livro. Marcelo Rossi decidiu não denunciar sua agressora e diz que o único B.O. que fez foi o da “Bíblia e da Oração”: “Eu perdoo quem fez isso”, disse ele logo ao se levantar e sorrir para a multidão de fiéis que o acompanhava: “Ouvi uma voz interna que me recomendou sorrir como nunca. Os jovens precisavam de uma demonstração de que o mal não tinha vencido aquela batalha”.
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No livro mais pessoal dos oito que já escreveu, Padre Marcelo Rossi conta também histórias sobre suas ex-namoradas e da época de garoto, quando sonhava ser professor de Educação Física e chegou a tomar anabolizante acreditando que ficaria mais forte e bonito para conquistar as meninas. Ele não deixa de tocar em assuntos mais delicados como o suicídio do avô, ex-militar, com um tiro, um trauma que o fez ter aversão às armas, mesmo já tendo servido o exército. Ou o acidente quase fatal, no ano de 1994, em seu oitavo dia como padre:
“Recebi uma fechada de um outro carro, que, no susto, me fez acelarar e bater de frente no poste. Tamanho foi o impacto, que arranquei parte do volante com as mãos”. Marcelo Rossi volta a falar ainda, em forma de alerta, da depressão que sofreu e o fez perder muito peso e chegar aos 60 Kg, muito pouco para os seus quase dois metros de altura.
Outro personagem que entra no livro é Ayrton Senna. Durante um período, eles frequentavam a mesma academia e o religioso viu no piloto um sinal para seguir seu caminho como padre: “Quando eu vi o Ayrton ganhar uma corrida e fazer o sinal da cruz, soube imediatamente qual caminho eu iria seguir”.
O padre ainda pôde incluir a pandemia em sua obra e deixou seu recado ao finalizar o capítulo intitulado “O mal tentou me derrubar”: “Fortalecendo aos outros estaremos igualmente nos beneficiando, até que fisicamente possamos estar juntos de novo para celebrarmos a vida em todas suas possibilidades”.
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