9 de maio de 2025 - 4:52 PM

CBF manteve central de espionagem e câmeras em detectores de fumaça dentro de prédio, diz revista

 CBF manteve central de espionagem e câmeras em detectores de fumaça dentro de prédio, diz revista
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O presidente da Confederação

Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, voltou a ser alvo de denúncias por conta de aumentos salariais de presidentes das federações estaduais. No entanto, as denúncias apontam ainda um esquema de espionagem dentro da própria entidade. A informação faz parte de uma reportagem da revista Piauí, que detalhou apurações internas e denúncias de assédio e perseguição interna.

De acordo com a revista, a arquiteta Luísa Rosa ingressou na CBF em 2020, contratada para liderar um dos maiores projetos de infraestrutura do futebol brasileiro. Com a chegada de Ednaldo Rodrigues à presidência, em 2021, ela chegou a ser promovida a diretora de patrimônio, mas sua trajetória foi marcada por assédio, perseguição e retaliações internas, culminando em uma denúncia à Comissão de Ética da CBF em maio de 2023 e sua demissão um mês depois.

A reportagem aponta diversos atritos, com direito a pagamentos sob sua supervisão sendo barrados diretamente por Ednaldo Rodrigues. Em um dos episódios, Luísa teria organizado uma concorrência para reformar telhados e varandas do prédio, mas Ednaldo considerou os valores apresentados altos e decidiu contratar a MS Engenharia, que ofereceu um preço muito abaixo do mercado.

O serviço foi feito sem um projeto executivo adequado e sem especificação de materiais. Por conta disso, o teto do auditório da CBF teria desabado em 2023, comprometendo parte da estrutura. Neste período, durante uma vistoria no sistema de combate a incêndios, ela encontrou câmeras escondidas com microfones embutidos em detectores de fumaça no restaurante da CBF.

O presidente da Federação Baiana de Futebol (FBF), Ricardo Lima, cunhado de Ednaldo, é citado como uma das pessoas que tinham conhecimento do equipamento.