Flávio Bolsonaro usou R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo de esquema da ‘rachadinha’, diz Ministério Público
A partir dos dados das quebras de sigilo bancário e fiscal, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) aponta que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) usou, pelo menos, R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo do esquema da rachadinhas. Os valores somam os três métodos pelo qual o filho do presidente Jair Bolsonaro “lavou” o dinheiro em espécie. O senador e o ex-assessor Fabrício queiroz foram denunciados nesta segunda-feira por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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De acordo com os dados da investigação, foi verificado que a loja de chocolates da qual Flávio é sócio recebeu R$ 1,6 milhão em espécie e de “recursos ilícitos inseridos artificialmente no patrimônio da empresa”. Além disso, outros R$ 261,6 mil foram usados para pagamentos que cobriram despesas do então deputado estadual e de sua mulher, Fernanda Bolsonaro. Já o dinheiro em espécie usado nas transações imobiliárias dá um total de, pelo menos, R$ 892,6 mil.
Compra de imóveis
Nas transações imobiliárias, o MP-RJ descobriu que o casal Flávio e Fernanda Bolsonaro declarou em cartório ter pago R$ 310 mil por dois apartamentos em Copacabana, em 2012. No entanto, o procurador dos proprietários, Glenn Dillard, depositou no mesmo dia da venda outros R$ 638,4 mil em dinheiro vivo na própria conta. Flávio admitiu ainda, em depoimento aos promotores, que pagou R$ 86,7 mil com dinheiro em espécie, para duas construtoras durante a aquisição de 12 salas comerciais na Barra da Tijuca, em 2008.
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Já na compra de um apartamento em Laranjeiras, em 2011, o Ministério Público aponta duas situações de lavagem de dinheiro. Uma delas é um depósito de R$ 25 mil feito pelo ex-assessor Fabrício Queiroz no dia 15 de agosto de 2011 na conta de Fernanda Bolsonaro para ajudar a bancar a entrada de R$ 110,5 mil do apartamento. Um boleto de R$ 16,5 mil, das parcelas do financiamento do imóvel, foi quitado pelo PM Diego Ambrósio, que disse ter sido ressarcido em dinheiro vivo por Flávio. No período da venda desse imóvel, em 2017, o Coaf detectou 48 depósitos de R$ 2 mil. Flávio recebeu R$ 100 mil em dinheiro vivo, mas o vendedor alega que nunca fez pagamento de R$ 2 mil e que foram valores superiores a R$ 10 mil.
Reprodução: O Globo