28 de dezembro de 2024 - 5:58 AM

Rede Municipal: 50 das 433 escolas não receberam alunos, diz Smed

 Rede Municipal: 50 das 433 escolas não receberam alunos, diz Smed

A rede municipal de ensino de Salvador teve um retorno às aulas presenciais abaixo do esperado pela Secretaria Municipal de Educação (Smed). Dos 163 mil alunos, apenas 30% compareceram às escolas nesta segunda-feira, 03. A estimativa é do secretário municipal de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira. Ele esperava pelo menos 50%, que é o permitido pelo protocolo sanitário. “Todas as escolas receberam, pelo menos, um aluno”, garantiu, acrescentando em seguida, com o levantamento já atualizado, que das 433 unidades que compõem a rede municipal de ensino, 50 não receberam nenhum estudante – o equivalente a 11,5%.

A presença abaixo do esperado tem relação com a mobilização dos professores, que decidiram não comparecer às aulas presenciais. A paralização já havia sido anunciada pela Associação dos Professores Licenciados do Brasil – Secção Bahia (APLB-BA), sindicato que inclui os professores das redes municipal e estadual.

De acordo com um levantamento do CORREIO, a Gerência Regional de Educação (GRE) que mais recebeu professores no primeiro dia de retorno do ensino presencial foi a de Cajazeiras, onde metade compareceu. São 47 escolas e mais de 17 mil alunos na região – a segunda mais populosa, após o Cabula.

Em segundo lugar após Cajazeiras, o subúrbio foi a GRE que mais recebeu os professores, com 47%. Lá, são 38 escolas e mais de 14 mil alunos. Já a orla, com 38 escolas e cerca de 10 mil alunos, foi a que menos recebeu docentes: 26% retornou.

A reportagem visitou duas escolas municipais e ouviu três gestoras. Duas afirmaram que tiveram aulas pela manhã: o Colégio Municipal Guerreira Zeferina e o Cmei Yolanda Pires, na Fazenda Grande do Retiro. As que não receberam alunos foram o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Calabar, o Cmei Semente do Amanhã, no IAPI, e o Cmei São Gonçalo, na Federação.

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Os gestores das unidades afirmaram que nenhuma das escolas das respectivas regionais receberam estudantes. Somente a do Calabar teve a presença de dois professores e de três alunos no turno vespertino. A maior presença foi registrada no Colégio Municipal Guerreira Zeferina, em Periperi. Segundo a diretora, Ana Beatriz Gonzaga, dos 163 matriculados, mais de 50 compareceram.

O secretário Marcelo Oliveira informou que apenas nove escolas não abriram nesta segunda-feira, 03, porque ainda têm de passar por reformas estruturais. Segundo ele, 30% dos 7.800 professores da rede aderiram à paralisação em Salvador. “Isso mostra que eles não querem voltar às aulas, mas a escola vai continuar aberta recepcionando os alunos”, garante. As séries que tiveram menor adesão foram as da educação infantil.

No entanto, Oliveira espera que esse impasse seja resolvido nos próximos dias. “As escolas estão preparadas, com toda a equipe a postos, os pais estão começando a frequentar e, em mais dois ou três dias, a gente espera regularizar esses números, com os alunos indo às escolas. Passado esse primeiro momento, os professores vão perceber que a presença deles em sala de aula é imprescindível e a vocação e o compromisso pela educação vai falar mais forte”, acredita.

Uma reunião com o sindicato e a prefeitura está marcada para a quinta-feira, 06, e na sexta-feira, 07, com o Ministério Público do Trabalho (MPT). “O diálogo está aberto”, reforça o titular da Smed. O secretário afirma ainda que seria impraticável voltar às aulas somente após a aplicação da segunda dose da vacina, porque comprometeria mais um ano letivo. “Eles querem quatro meses sem aula, três para a segunda dose e mais um para adquirir a imunidade, sendo que a imunidade, nas primeiras semanas, é de 76% de eficácia e só mais 6% seriam com a segunda dose”, pontua o secretário.