19 de abril de 2025 - 6:33 PM

Especialistas chamam atenção para o zumbido, outras intolerâncias sonoras e a surdez durante o “Novembro Laranja”

 Especialistas chamam atenção para o zumbido, outras intolerâncias sonoras e a surdez durante o “Novembro Laranja”
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Uma das campanhas de saúde pública que ocorrem neste mês e que merece destaque especial trata da conscientização sobre o zumbido e é conhecida como “Novembro Laranja”. De acordo com o otorrinolaringologista André Apenburg, diretor médico da Otorrino Center, empresa que integra o Grupo H+Brasil, uma das maiores holdings de saúde do país na área de multiespecialidades, a impressão de que o zumbido atinge unicamente os idosos é equivocada, pois cerca de 90% dos casos têm como causa principal a perda auditiva, que pode ocorrer em qualquer idade.

Segundo ele, se a duração do zumbido nos ouvidos for superior a três semanas, é importante atentar se há outros fatores associados, como sensação de ouvido entupido, perda de audição e tontura, entre outros. “Os casos mais comuns de zumbidos e traumas acústicos atendidos são de jovens que utilizam muito o fone de ouvido com o som mais alto e por longos períodos de tempo em celulares e games, que gostam de baladas ou tocam em bandas, assim como artistas de todas as idades e pessoas que moram ou trabalham em regiões com alto índice de poluição sonora”, explica.

André Apenburg explica também que é frequente que, no período de festas com barulho intenso, ocorra a perda de audição unilateral, em apenas um dos ouvidos, o que depende da proximidade do ouvido da fonte sonora. “O zumbido, transtorno que atinge milhões de pessoas no mundo, acontece quando a pessoa ouve constantemente um som ou barulho incômodo, que pode vir na forma de chiados, apitos, cliques ou estalos, por exemplo”, afirma. Segundo o especialista, esses barulhos podem ser leves, sendo ouvidos somente durante o silêncio, ou mais intensos, a ponto de persistirem durante todo o dia.

A campanha também indica que é preciso observar reações como a sensação de pressão nos ouvidos, irritação com sons altos e dificuldade para escutar. Caso os sintomas permaneçam”, é necessário procurar o mais brevemente possível um otorrinolaringologista para realizar a avaliação do dano e também para investigar se há problemas associados como: desvios de coluna, alterações cardiovasculares, diabetes, disfunções da articulação da mandíbula e consumo excessivo de cafeína, álcool e tabaco, que podem causar e potencializar o incômodo auditivo.

Surdez a médio e longo prazo

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O otorrinolaringologista André Apenburg alerta para o aumento de problemas auditivos (Divulgação)

Considerada como um dos mais sérios problemas auditivos, a surdez pode ser gerada por alguns distúrbios que afetam o ouvido interno, entre eles: degeneração própria do envelhecimento (presbiacusia), trauma acústico, infecções graves, traumas de crânio com fratura do osso temporal, Síndrome de Meniere e tumores; além de perdas decorrentes do ouvido médio e externo. Estudos da OMS de 2018 apontavam para 466 milhões de pessoas no mundo com problemas auditivos, sendo 34 milhões de crianças. Com base na evolução destes dados, estima-se que 900 milhões de pessoas possam ter surdez até 2050, quase o dobro da quantidade atual. Atualmente, no Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência auditiva e, entre os fatores que explicam o aumento de casos está o envelhecimento da população e a falta de prevenção, principalmente na infância, onde 60% dos casos poderiam ser prevenidos.