3 de dezembro de 2024 - 2:59 PM

Milícia e tráfico se unem em esquema de extorsão a camelôs no Rio que envolveria guardas municipais, diz polícia

 Milícia e tráfico se unem em esquema de extorsão a camelôs no Rio que envolveria guardas municipais, diz polícia

De acordo com as investigações, bando é suspeito de movimentar semanalmente de R$ 60 mil a R$ 90 mil com cobranças irregulares

Um esquema de extorsões e a cobrança de taxas  para permitir o trabalho de camelôs nas ruas de Madureira, na Zona Norte do Rio, é alvo de uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira. A exploração do negócio envolve uma espécie de parceria entre milicianos e traficantes, e conta ainda com a participação de policiais, servidores públicos, e até de três guardas municipais.
A Justiça expediu 43 mandados de busca e apreensão; não há mandados de prisão. Um dos mandados é contra o guarda municipal e servidor comissionado Júlio César Torres Vargas, lotado no gabinete da vereadora Vera Lins (Progressistas) na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio. O objetivo da busca e apreensão no gabinete da parlamentar é saber qual é a função de Vargas. Ele foi seguido por quatro meses por policiais e, neste período, nunca apareceu no Palácio Pedro Ernesto para trabalhar.
São cumpridos ainda mandados contra a agente de controle urbano Alyne de Araújo; o guarda municipal Valney Ferreira Dias e o policial militar Eduardo Rodrigues da Silva.
Há também mandados de busca e apreensão para a sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova.
A ação desta terça foi batizada de Operação Brutus, em referência ao chefe da quadrilha, que tem o apelido de Popeye.
A investigação conseguiu identificar que o preço de propina variava de acordo com o tamanho do estabelecimento.
‘Campo do poder’
Na manhã desta terça-feira os agentes estiveram no Campo do Falcon, em Madureira. Para a Polícia Civil o espaço que pertence ao governo do estado é utilizado para reunião de milicianos e bandidos para comemorar crimes e planejar empreitadas criminosas. No local foi encontrado material de campanha da vereadora Vera Lins.
O grupo está sendo investigado por formação de quadrilha, organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

Reprodução: O Globo